terça-feira, 13 de outubro de 2009

Pingo Doce: anúncio fragiliza reputação online

de Sergio Bastos 13 de Outubro de 2009

Pese embora o calor tórrido, estamos perto do Natal. Quem fala na época festiva do menino Jesus, fala da renovação de votos do consumo pelas cadeias de hiper e supermercados.

Em Outubro, Lidl, Jumbo, Modelo, Mini Preço e Pingo Doce investiram em campanhas de publicidade cativando a atenção de consumidores. A distinção entre marcas faz-se com marketing que visa potencializar o “branding”, a afectividade dos colaboradores, alguns produtos e preços.

Este ano a publicidade é um factor de diferenciação, pela negativa. Blogues e redes sociais são o palco da acção e a marca é o Pingo Doce.

O anúncio realizado pela Duda Portugal, passa nas televisões portuguesas desde quarta-feira, 7 de Outubro. No dia de hoje, a consideração do nome “Pingo Doce” em blogues não remete para o preço ou qualidade dos serviços, mas para incoerências na película e imagem de marca. Hora a hora, são adicionadas novas opiniões em blogues (ver em Sapo e Google). Mais, a notícia passa agora a para imprensa da especialidade.

Tudo começou quando Ângelo Marques, insatisfeito com a mudança de posicionamento da marca e com a publicidade de TV, criou no Facebook o grupo Gente que não grama o anúncio do Pingo Doce do Duda. Como afirmou ao Meios e Publicidade, “pouco mais fiz do que partilhar a minha opinião e este grupo com os meus contactos do Facebook e ir adicionando algumas opiniões que fui encontrando pela internet. Aparentemente os meus contactos tiveram a mesma iniciativa”.

O grupo reúne já dois mil participantes, e paralelamente foram nascendo outras iniciativas: uma tshirt, o questionário Que cliché do Pingo Doce és tu?, uma carta aberta, etc. O burburinho também se faz ver no Twitter, extensão de comentários dos blogues.

Do lado da marca do Grupo Jerónimo Martins não há reacções. O tempo de resposta é fundamental numa crise. Veja-se o caso da Domino’s Pizza nos EUA. Em Portugal, por exemplo, as ondas levantadas por Nuno Markl quando à Media Markt obtiveram resposta rápida e contribuíram a descontinuação de um anúncio. Assim se amenizou um caso que poderia tomar outras dimensões.


Cada vez mais, a opinião pública faz-se na rede digital e as marcas têm de criar sistemas de auscultação permanente do que se diz sobre a sua bandeira. Sem fim à vista, o anúncio do Pingo Doce, será um caso de estudo no futuro. No site institucional, do Grupo Jerónimo Martins não tem nada a relatar sobre o acontecimento, e no espaço dos supermercados o último comunicado de imprensa remete para uma polémica em Julho com a Greenpeace.

Pode o gabinete de comunicação do Grupo Jerónimo Martins, ignorar por muito mais tempo as críticas negativas que se fazem à marca? O anúncio Pingo Doce tem condições para continuar a ser emitido?





Fonte: TwitPortugal

10 comentários:

  1. Parece-me mais uma "querela" disfarçada entre o Ângelo e o Duda. Srs. Marketeers, alguém me consegue explicar esses enormes erros de concepção de que falam ? Ana

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  2. Concordo com a Ana Conde, até acho o anúncio um sucesso para o público alvo. A música fica no ouvido e apesar de ser muito nacionalista não mistura futebol. Serão erros ou reacções da Sonae?

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  3. Hello?!?! que publico alvo? o público do Mini-preço? Convém lembrar que o Pingo Doce "tinha" o seu posicionamento no mercado bem marcado, nomeadamente junto de um público muito especifico. Pelos vistos parece agrardar a alguns...talvez clientes do mini-preço, MAS valerá a pena perder os que tinha, para ganhar os clientes do Mini-Preço?

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  4. A única coisa que fica nos ouvidos é uma dor muito grande... não a música. Esta vocalista nunca chegaria à fase de selecção do Idolos, como é que chegou à Publicidade? è filha de quem?

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  5. http://socialnetworkmkt.blogspot.com/2009/10/pingo-amargo-nas-redes-sociais-o.html

    Aqui encontram os erros:
    "As críticas focam aspectos técnicos, excesso de clichés, erros culturais (o da bandeira ao contrário é o "preferido" de todos) e erros de comunicação. Há quem diga que esses erros se prendem com o facto do anúncio ser criado por "alguém que não está dentro da cultura do país".

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  6. Quer se goste, quer não, facto é que não se fala de outra coisa...Mas afinal o que se discute realmente? Os erros técnicos? A voz esganiçada da senhora? Uma questão de estilo? Ou será o facto da campanha ser vista por todos (nem que seja para dizer mal) e haver muita gente que gosta da música? Lembro-me que quando foi lançada a campanha com a nova imagem do BANIF (A força de actreditar)também o filme foi muito criticado e no entanto, ao que parece, e em parte graças a essa discussão alargada, a mensagem passou e o novo posicionamento foi conseguido em muito pouco tempo. Pessoalmente não gosto nada desta campanha do Pingo Doce, mas na verdade tb não sou cliente da marca. Como marketeer, avalio a eficácia da campanha perante resultados concretos. Será uma estratégia assim tão má? tenho as minhas dúvidas...

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  7. De facto é sem dúvida um anúncio, que veio para ficar e marcar um ponto de "viragem" na estratégia do Pingo Doce. Agora vamos ver se têm pedalada para acompanhar o impacto (positivo ou negativo) que este anúncio já teve.

    A minha grande critica para o Pingo Doce, é na óptica do consumidor e nem é propriamente sobre o anúncio, mas na falta de implementação estratégica, ou seja, no anúncio tudo parece calmo, tranquilo, "saudável" e bem disposto. Na realidade, há muitos “Pingo Doce” que não têm os frescos, sempre frescos, têm pessoas muito mal encaradas na caixa, mau take away, etc.
    Não há interligação entre o anúncio e a mensagem que passa e o que se vive nos supermercados.
    Deveria ser primeiro trabalhada a realidade que pretendem transmitir (e há formas simples de o fazer) para depois avançarem com este anúncio.
    Era importante que o consumidor Pingo Doce identificasse o anúncio como algo novo que iria receber quando fosse ao supermercado.
    A articulação entre o anúncio e a realidade é essencial, ou então só perde credibilidade.

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  8. A questão é simples... gosta? Não gosta? Eu gosto... e gostos não se discutem. Alguém disposto a fazer uma votação online isenta?

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  9. Também gosto!!!
    Será que isto é um caso Nacional?
    Na minha ignorância destas coisas da publicidade, não terá havido outros bem mais aberrantes?

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  10. Os bons "produtos" incomodam muita gente e penso que este foi o caso.
    Tem os seus defeitos, mas quantos não têm?

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